Seguidores

quarta-feira, 15 de fevereiro de 2012

O Silêncio sem Inocência - A inclusão da criança abusada sexualmente - Gastão Ribeiro




O impacto do abuso sexual em crianças não é uniforme e pode variar de criança para criança. Estudos indicam que uma em cada oito crianças abusadas sexualmente acaba abusando de outras crianças quando se torna mais velha ou podem apresentar uma predisposição à dependência de drogas e de álcool e a problemas de saúde mental e psiquiátricos.

O modo como a criança percebe o abuso permite aos adultos entender porque ela encontra dificuldade em revelar o fato e por que algumas passam a abusar sexualmente de outras.

Os profissionais de saúde, mesmo mobilizados pela situação de violência, não devem deixar em segundo plano todas as medidas clínicas emergenciais cabíveis (por exemplo, fazer suturas ou administrar medicamentos para dor), mesmo que isto implique em atraso de outros procedimentos. O bem-estar da criança deve ser sempre valorizado. É importante avaliar o risco imediato de reincidência dos maus-tratos.

Algumas vezes cabe até mesmo indicar internação para avaliar melhor o caso, especialmente se há risco de morte em decorrência da revelação. Caso não seja viável internar, é importante identificar um familiar ou vizinho que possa ajudar. O Conselho Tutelar pode auxiliar na resolução imediata desses casos, porém também cabe à unidade de saúde apresentar alternativas. Todos os casos devem ser acompanhados (crianças e familiares), de preferência por equipe multiprofissional, mesmo após a notificação: as funções dos Conselhos Tutelares não substituem as da equipe de saúde.

É fundamental o trabalho de inclusão real desta criança no meio familiar e especialmente na escola, o abuso causa uma marca profunda, e é fundamental que o profissional de saúde faça uma inclusão verdadeira, para que esta marca não fique para sempre.

Nenhum comentário:

Postar um comentário