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sexta-feira, 25 de novembro de 2011

Abuso, coping e desamparo aprendido - Gastão Ribeiro

Abuso, coping e desamparo aprendido
Gastão Ribeiro


Por traz de quase todo abuso existem fenômenos psíquicos que nos ajudam a explicar o que acontece. Dois deles estão quase sempre presentes em abusos físicos e sexuais em crianças e na violência contra mulheres, o coping e o desamparo aprendido. O coping é um conjunto de respostas e estratégias utilizadas pelas pessoas para adaptarem-se a circunstâncias adversas. O desamparo aprendido é definido como a dificuldade de aprendizagem apresentada por indivíduos que tiveram experiência prévia com estímulos incontroláveis.

As estratégias de coping são esforços cognitivos e comportamentais para lidar com situações de dano, de ameaça ou de desafio quando não está disponível uma rotina ou uma resposta automática. Apenas esforços conscientes e intencionais são considerados estratégias de coping e o estressor deve ser percebido e analisado não sendo assim consideradas respostas filogenéticas. É a capacidade de avaliar uma situação estressante, ou mesmo de perigo e tomar as atitudes corretas de proteção e segurança.

O desamparo aprendido é definido como a dificuldade de aprendizagem ou de respostas de coping apresentada por indivíduos que tiveram experiência prévia com estímulos incontroláveis. Ao expor crianças e mulheres a situações de violência incontrolável (abuso sexual, violência doméstica, espancamento) de forma repetitiva criando assim um reforçamento negativo, quando estas pessoas são submetidos apenas a gatinhos destes comportamentos paralisam e não criam respostas de sobrevivência, se tornando presas fáceis destes abusadores.

Nas mulheres que sofrem de violência assim como em crianças abusadas de forma repetitiva temos o que chamamos de desamparo aprendido com a perda da resposta de coping e não uma compulsão. Eles paralisam diante da agressão do abusador e perdem a resposta de sobrevivência se tornando vítimas fáceis e sem reação, permitindo assim que este abuso se perpetue.
O desamparo aprendido vem sendo utilizado por diferentes pesquisadores para explicar o modelo animal de depressão. O desamparo aprendido tem também sido associado a traumas, uso de substância e processos depressivos. Talvez seja por isto que encontramos a partir de uma situação traumática uma série de situações patológicas, tais como: depressão, abuso de substâncias, compulsão a repetição de um trauma, dores crônicas, entre outras.

O desamparo aprendido parece estar na origem do fenômeno mãe abusada e filho (a) abusado, diante da situação de perigo a mãe paralisa e não consegue dar resposta de fuga ou luta ou proteção, congela e permite o abuso.

Fonte – Coerência Cardíaca. Apostila de curso – Gastão Ribeiro 2011

segunda-feira, 15 de agosto de 2011

O que fazer com uma criança logo após um trauma - Gastão Ribeiro

O que fazer com uma criança logo após um trauma
Gastão Ribeiro


Uma das grandes questões no trabalho preventivo com traumas é o que fazer com uma criança logo após um trauma. A criança se encontra em estado de alerta, nesta hora algumas estruturas do cérebro parece funcionar mais que as outras inibindo todo o trabalho cognitivo. Para exemplificar o que esta sendo colocado: o trauma acontece a criança tenta usar o engajamento social para se safar (em um assalto tentamos conversar com o agressor), caso isso não funcione a amígdala do hipocampo faz um seqüestro do cérebro, isto é, detecta a emergência e recruta o resto do cérebro para o seu plano de emergência, nesse momento é acionado o fugir, lutar e congelar. Sendo que o nosso cérebro pensante, o neocórtex, ainda não percebeu o que está acontecendo. Portanto o circuito neural que é acionado na resposta de trauma envolve partes corticais e subcorticais. E o pior é que este seqüestro cortical que provoca a sensação na criança de alerta vão formar mais tarde as memórias sub corticais do trauma (leia http://gastaoribeiro.blogspot.com/2010/09/memorias-procedimentais-gastao-ribeiro.html ).

È preciso desativar este estado de alerta e com isto impossibilitando a formação de memórias procedimentais do trauma. Sabemos na pratica que técnicas psicosensoriais como, Técnica Psicosensorial, TFT, EFT, TAT podem ser usadas como profilaxia ou tratamento deste estado de alerta. Mas como a maioria das pessoas não sabem estas técnicas, existe um procedimento extremamente simples e eficiente neste momento, a Coerência Cardíaca. Fizemos um pequeno protocolo que pode ser usado por todos que trabalham com crianças em situação de risco, vamos lá:
1. Peça a criança para estimular o ponto do Karatê(bater rapidamente com a outra mão no ponto onde damos um golpe de karatê).
2. Peça que faça um esforço para afastar a sua mente apressada ou das emoções perturbadoras para área ao redor do coração. Finja que esta respirando através do coração para ajudar a concentrar a sua energia nesta área. Mantenha a concentração aí pelo menos dez segundos.
3. Peça que ela lembre-se de um sentimento positivo ou divertido, ou de uma época boa que ela teve na vida, e tente revive-los.
4. Agora mantenha-se assim por alguns minutos aproveitando este momento agradável de conexão com o coração
5. Peça para ela sentir o coração limpando todo medo, todo o susto e todos os sentimentos negativos que o trauma causou.
6. Repita este exercício pelo menos uma vez por dia, até interar um mês.
Este exercício simples será muito útil e talvez impeça que o trauma se instale como patologia, use e abuse e vejam o resultado
Fonte – Coerência Cardíaca – Apostila de curso – Gastão Ribeiro

domingo, 22 de maio de 2011

Curso sobre o Trauma de abuso sexual e primeiros cuidados com crianças traumatizadas em Guarapuava




Curso de Psicologia da faculdade trouxe psicólogo de referência internacional sobre o tema.





No dia 18 de abril, Dia Nacional de Combate ao Abuso Sexual de Crianças e Adolescentes, a Faculdade Campo Real trouxe a Guarapuava o psicólogo Gastão Ribeiro. Ele é criador do Projeto Trauma Infantil que atende crianças carentes vítimas de abuso em Belo Horizonte. Ribeiro é psicólogo, psicanalista e hipnoterapeuta, tem formação em técnicas de traumas como EMDR Level II e é membro da Sociedade Brasileira de Hipnose e Presidente da Sociedade Mineira de Hipnose. “Foi uma grande alegria trazer um profissional desse porte a cidade, pois ele abriu uma exceção em ministrar o curso no interior” disse a coordenadora do Curso de Psicologia, Maria Elda Garrido. Durante o minicurso, ministrado no Salão Nobre da faculdade, o psicanalista enfatizou a importância da família, dos psicólogos e da sociedade agir em conjunto, por meio de denúncias, informando o conselho tutelar e garantindo o cuidado e proteção da criança. “Precisamos fazer uma corrente do bem contra esse terror que é o abuso sexual”, disse Ribeiro. O palestrante tinha como objetivo instruir não apenas profissionais da área como psicólogos, mas também pais, professores e a comunidade em geral. O professor e filósofo, Luigi Chiaro parabenizou a organização do evento e disse que o curso foi muito esclarecedor. “Foi fantástico, claro e objetivo voltado não só para experts no assunto, foi muito pedagógico”, declara. O curso atraiu pessoas de outras cidades como de Irati, Mallet e Pinhão. Além da presença de entidades como a APAE, o Conselho Tutelar e acadêmicos de outras instituições de ensino. A professora e psicóloga, Susana Raurich Alvarez enfatizou a importância dessa palestra tanto para a faculdade quanto para cidade. “Depois dessa palestra, o curso de psicologia da Campo Real atinge um nível que daqui pra frente só tende a melhorar”, preconiza a professora. Gastão Ribeiro fez demonstrações de suas abordagens para tratar os traumas na infância. “O sexual é o pior dos traumas e o de mais difícil recuperação, para isso o palestrante desenvolveu uma metodologia única no mundo”, conta a professa Susana. “Foi um sonho dourado trazer um braço desse projeto Trauma Infantil para Guarapuava”, acrescenta a coordenadora Maria Elda. .

quarta-feira, 11 de maio de 2011

VIOLÊNCIA SEXUAL PRATICADA CONTRA A CRIANÇA E O ADOLESCENTE

VIOLÊNCIA SEXUAL PRATICADA CONTRA A CRIANÇA E O ADOLESCENTE

A violência sexual praticada contra a criança e o adolescente envolve vários fatores de risco e vulnerabilidade quando se considera as relações de geração, de gênero, de raça/etnia, de orientação sexual, de classe social e de condições econômicas. Nessa violação, são estabelecidas relações diversas de poder, nas quais pessoas e/ou redes satisfazem seus desejos e fantasias sexuais e/ou tiram vantagens financeiras e lucram usando, para tais fins, as crianças adolescentes. Nesse contexto, a criança ou adolescente não é considerada sujeito de direitos, mas um ser despossuído de humanidade e de proteção. A violência sexual contra meninos e meninas ocorre tanto por meio do abuso sexual intrafamiliar ou interpessoal como na exploração sexual. Crianças e adolescentes vítimas de violência sexual podem estar vulneráveis e tornarem-se mercadorias e assim serem utilizadas nas diversas formas de exploração sexual como: tráfico, pornografia, prostituição e exploração sexual no turismo.
As violações dos direitos humanos sexuais de crianças e adolescentes não se restringem a uma relação entre vítima e autor. Essas violações ocorrem (e são provocadas) pela forma como a sociedade está organizada em cada localidade e globalmente. Podem ser destacadas, nesse aspecto, as atividades turísticas que não consideram os direitos de crianças e adolescentes, facilitando ações de exploração sexual. Nesse contexto, também estão os grandes empreendimentos que, quando não assumem a sua responsabilidade social, causam impactos nos contextos locais potencializando a gravidez na adolescência, o aumento de doenças sexualmente transmissíveis, o estímulo ao uso de drogas e a entrada e permanência de meninas e meninos nas redes de exploração sexual.
O enfrentamento à violação de direitos humanos sexuais de crianças e adolescentes pressupõe que a sexualidade é uma dimensão humana, desenvolvida e presente na condição cultural e histórica de homens e mulheres, que se expressa e é vivenciada diferentemente nas diversas fases da vida. Na primeira infância, a criança começa a fazer as descobertas sexuais e a notar, por exemplo, diferenças anatômicas entre os sexos. Mais à frente, com a ocorrência da puberdade, passa a vivenciar um momento especial da sexualidade, com emersão mais acentuada de desejos sexuais. Nessas fases iniciais do desenvolvimento da sexualidade (infância e adolescência), é fundamental a atenção, a orientação e a proteção a partir do adulto. Nenhuma tentativa de responsabilizar a criança e o adolescente pela violação dos seus direitos pode ser admitida pela sociedade.
Aos adultos, além da sua responsabilidade legal de proteger e defender crianças e adolescentes cabe-lhes o papel pedagógico da orientação, acolhida buscando superar mitos, tabus e preconceitos oferecendo segurança para que possam reconhecer-se como pessoa em desenvolvimento e envolverem-se coletivamente na defesa, garantia, e promoção dos seus direitos.
Queremos convocar todos – família, escola, sociedade civil, governos, instituições de atendimento, igrejas, universidades, mídia – para assumirem o compromisso no enfrentamento da violência sexual, promovendo e se responsabilizando para com o desenvolvimento da sexualidade de crianças e adolescentes de forma digna, saudável e protegida.

Fonte – Comitê Nacional de Enfrentamento a violência sexual contra crianças e adoslecentes.

" A infância é muito frágil para ser abandonada" - abraçe esta idéia

terça-feira, 3 de maio de 2011

Corrupção de menores - mudanças na lei

Venho acrescentar mais informação ao tema uma vez que na apostila achei pouco desenvovido, sendo que em 2009 a lei mudou a idade de consentimento:


No Direito Penal brasileiro, Corrupção de menores pode-se referir a dois tipos penais (crimes) diferentes, um previsto no Código Penal Brasileiro, e o outro no ECA:

* Corrupção de menores (Código Penal) - Previsto no artigo 218 do Código Penal, até agosto de 2009, vigorou com a seguinte redação:

"Art. 218 - Corromper ou facilitar a corrupção de pessoa maior de 14 (catorze) e menor de 18 (dezoito) anos, com ela praticando ato de libidinagem, ou induzindo-a a praticá-lo ou presenciá-lo: Pena - reclusão, de um a quatro anos."

Com a Lei 12015/2009, sua redação foi alterada para:

"Art. 218. Induzir alguém menor de 14 (catorze) anos a satisfazer a lascívia de outrem: Pena - reclusão, de 2 (dois) a 5 (cinco) anos."

Desta forma, o legislador alterou a idade de consentimento no Brasil para 14 anos, de forma taxativa, quando anteriormente havia certa dubiedade em relação a esta.

Entretanto, conforme o parágrafo único do Art 225 do Código Penal, com texto dado pela Lei 12.015-2009, os crimes contra a liberdade sexual, procede-se “mediante ação penal pública incondicionada se a vítima é menor de 18 anos”. Deste modo, o legislador não mais confere à família o poder de julgar e decidir sobre a relação privada.

Formalmente, o crime de corrupção de menores de 18 anos, não mais fica condicionado à iniciativa dos pais do menor conforme a nova redação do Art. 225 do CP, Parágrafo Ùnico, dada pela Lei 12.015-2009. Crime sexual contra adolescente (indivíduos entre 12 e 17 anos), segundo o ECA, pela alteração promovida pela Lei 12.015-2009, deixam de ser condicionada à iniciativa da família. O Ministério Público é quem processará.

Por outro lado, a prática de atos libidinosos consentidos com maior de 14 e menor de 18 anos não é mais crime, exceto em casos de favorecimento da prostituição ou outra forma de exploração sexual (art. 218-B parágrafo 2º, inciso I da lei 12.015/2009).

Contribuição - José Ricardo Monteiro Fernandes

quarta-feira, 30 de março de 2011

O Modelo das Espadas Mágicas Gastão Ribeiro

O Modelo das Espadas Mágicas

Uma das funções do Projeto Trauma Infantil é buscar novas técnicas de dessensibilização de traumas, com o objetivo de criar técnicas rápidas e efetivas de dessensibilização de traumas, para que mais e mais crianças sejam tratadas. A partir disto criamos um modelo funcional de atendimento usando a técnica das Espadas Mágicas.

Para isto usamos duas técnicas associadas, os sentimentos básicos e o PRI. Esta metodologia atua diretamente no sistema de energia corporal para restaurar o fluxo interrompido pelo trauma, estresse e emoções negativas.

Os sentimentos básicos buscam a junção da mente e do corpo, tem sido no usado no Projeto e Espaço Trauma para estabelecer a estratégia e o processo terapêutico. Os sentimentos básicos esta associado aos Novos Paradigmas em Psicoterapia que associam psicoterapia aos conceitos de neurociência.

Usando a associação de sentimentos básicos com as Técnicas de PRI criamos um modelo rápido que se adéqua a quase todos os tipos de traumas. Usando da dissociação que é a defesa primária de qualquer trauma montamos um procedimento de Espada Mágica para os pontos ligados as emoções, sempre deixando o ponto de trauma por último.

domingo, 20 de março de 2011

Abuso sexual e masturbação em crianças - Gastão Ribeiro

Abuso sexual e masturbação em crianças

A masturbação faz parte da vida das pessoas desde a infância, mas é tabu em qualquer fase. Por volta dos três anos, a criança passa por mudanças significativas: deixa de usar fraldas, torna-se mais independente dos pais e descobre seu corpo. Nessa "exploração", ela se toca e acaba descobrindo o prazer que isso causa. Essa fase faz parte do desenvolvimento, assim como engatinhar, andar e falar. São os primórdios da sexualidade infantil

Existe uma masturbação que se torna compulsiva, é a esta que devemos estar atentos. Para você identificar se a criança está tendo um comportamento compulsivo, observe se além de masturbar-se ela apresenta outros sinais, como isolamento, dificuldade para participar de atividades em grupo e baixa auto-estima. Devemos então avaliar qual é a causa, pode ser uma espaço de liberar a angustia e a ansiedade ou mesmo um abuso sexual

A masturbação ligada ao abuso sexual tem que vir junto com outros indicadores como: conhecimento excessivo sobre sexualidade adulta; os desenhos trazem indicadores de um possível abuso; avaliar se o lar em que a criança vive cuida desta criança; agressividade, dificuldades com o sono; conduta sexualizada com outras crianças da mesma idade, entre outras. Neste caso avalie o possível abuso.

domingo, 13 de março de 2011

Traumas na Infância e aprendizagem - Gastão Ribeiro

Traumas na Infância e aprendizagem

A quantidade de crianças no Brasil expostas a eventos traumáticos é imensurável. Essas experiências incluem crianças que sofrem com violência doméstica, violência escolar, que sofreram abuso sexual ou físico, que testemunharam ou sofreram crimes violentos ou que foram expostas a outras violências súbitas ou inesperadas. Pelo menos metade de todas as crianças expostas a experiências traumáticas pode desenvolver uma variedade de sintomas psíquico-emocionais na adolescência e já adultos. Dependendo da gravidade, frequência, natureza e padrão do evento ou eventos traumáticos, essas crianças sofrem o risco de desenvolver profundos problemas emocionais, comportamentais, fisiológicos, cognitivos e sociais.

Quando um adulto sofre um evento traumático, o seu cérebro, maduro e desenvolvido, é capaz de criar um processo de pensamento traumático temporário para lhe ajudar a lidar com o trauma. Quando o trauma é curado, o adulto pode dissolver essa característica e retomar a um estado integrado dentro do seu cérebro maduro. Isso não acontece com crianças. Se a criança sofre um trauma enquanto o cérebro está no seu estágio de desenvolvimento, a característica traumática temporária necessária para sobreviver ao trauma será construída no cérebro como uma característica permanente. Portanto, se a criança cresce em um ambiente traumático, quanto mais ela é forçada a usar seus padrões de pensamento de trauma, mais esses padrões se tomarão embutidos nos seus processos naturais de pensamento. Crianças traumatizadas começarão a processar todos os eventos graves, com os quais não estão familiarizados como se fossem potencialmente traumas perigosos. As suas reações a eventos normais serão naturalmente excessivas, causando hiperexcitação ou sintomas e comportamentos dissociativos.

Pais, juntamente com professores de escola, administradores e outras pessoas importantes na vida da criança, geralmente, lidam sozinhos não somente com os comportamentos de mal-adaptação de crianças traumatizadas, mas também desenvolvem trauma vicariante por estar expostos diariamente aos sintomas da criança com TEPT.

Dadas as estatísticas dos traumas infantis, pais, educadores e pessoal de escolas deveriam ser educados quanto aos sintomas e efeitos de trauma, assim como métodos para lidar com o TEPT.

Além disto, a Dissociação pode provocar uma série de problemas nas funções de processamento cognitivo e mental. A Dissociação provoca uma disfunção na atenção concentrada, as pessoas perdem a habilidade em acessar novas informações, negligenciam e ignoram detalhes importantes das informações. Os sintomas parecem com o TDAH, pois afetam a memória de curto prazo e atenção. Adultos vítimas de trauma têm sido recentemente diagnosticados como tendo DDA adulto (Distúrbio de Déficit de Atenção), mas gerados por efeitos da Dissociação.

Fonte-
Gastão Ribeiro Apostila de Psicoterapia do Trauma - Módulo 2 – TFT e EFT – 2006.
Scaer, R. (2001). The Body Bears the Burden: Trauma, Dissociation and Disease, Binghampton: - The Haworth Press, 2001.
Berceli, D. Exercicio para libertação do trauma. Libertas, Recife2010.

sexta-feira, 4 de fevereiro de 2011

Danos no Pré frontal e patologias em crianças Gastão Ribeiro

Danos no Pré frontal e patologias em crianças

O Dr. Adrian Raine foi um dos primeiros pesquisadores a usar a tomografia computadorizada no estudo da estrutura e do funcionamento do cérebro de criminosos assassinos. Fizeram um estudo de imagenologia cerebral de 41 assassinos e de 41 pessoas não violentas. Descobriram que, enquanto grupo, os assassinos tinham uma parte de cérebro, o córtex pré-frontal, que funcionava muito menos, é a parte mais evoluída do cérebro humano e se acha acima dos olhos e atrás da testa.

O pré frontal nos permite viver socialmente e de estarmos próximos uns dos outros sem nos agredirmos mutuamente. Ela é importante para o controle e a regulação de partes do cérebro que são mais primitivas e onde nascem as emoções agressivas. Uma espécie de “anjo da guarda” do comportamento. Um funcionamento inadequado do córtex pré-frontal predispõe a gestos de agressão. Se ele não se desenvolve normalmente, ou se ele sofre alguma lesão, isso afetará sua capacidade de controlar a parte mais primitiva do cérebro, exatamente aquela que é responsável pelos impulsos e atos de agressão.

As pesquisas sobre o desenvolvimento do sistema nervoso e sobre os comportamentos sociais, mostram cada vez mais claramente o impacto do meio-ambiente sobre a capacidade do cérebro em controlar a agressão física. Segundo muitos especialistas, o consumo de substâncias tóxicas e má alimentação durante a gravidez fazem com que a criança corra grandes riscos. As mães que fumam durante a gravidez têm mais riscos de ter crianças que venham a ser pessoas anti-sociais, criminosas e violentas. Muitos estudos, feitos em diferentes países, chegam a essa conclusão. É, antes de tudo, devido à exposição à nicotina, que durante a gravidez, atrapalha o desenvolvimento do cérebro fetal.

Os estudos de imagenologia cerebral começam a demonstrar que essas ações nocivas sobre o desenvolvimento cerebral podem predispor a comportamentos violentos. Isso nos leva a supor que a exposição ao cigarro, desde o início de uma gravidez, causa danos no cérebro e que tais danos impedem o bom funcionamento do sistema de freio de urgência do comportamento. Fica então mais fácil perder o controle, ser agressivo, ou mesmo violento.

As pesquisas demonstram, também, que partos difíceis e maus tratos inflingidos ao bebê e crianças na primeira infância podem ocasionar lesões cerebrais importantes. Os cérebros de crianças vítimas de maus tratos como os bebês que são sacudidos bruscamente, por exemplo, chegariam ao ponto em que as crianças não seriam capazes de controlar seus impulsos. Se você sacudir vigorosamente uma criança de maneira repetida, haverá lesão do córtex pré-frontal. Assim ele não funcionará mais como deveria e a criança terá mais risco de tornar-se anti-social e agressiva. Infelizmente esse déficit cerebral determina outras conseqüências que, complicam ainda mais as coisas.

As crianças que tem dificuldades em controlar suas emoções têm maior dificuldade de aprendizado, são menos competentes para a resolução de problemas; têm dificuldade de linguagem e frequentemente têm grandes dificuldades na escola.

Fonte – DVD Raízes da Violência – CONAR
Ajuda Érica Teixira